Cultura Digital – Tecnologia e Sociedade – 7° Ano
O descarte adequado de componentes computacionais

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Com certeza você possui um celular, um notebook, um Desktop, uma televisão, da mesma forma, que você já comprou, ou observou a compra de um aparelho novo, porém você já se perguntou: “e o antigo, para onde foi?”.
Parece que foi ontem, que tínhamos uma TV de Tubo, um aparelho de Videocassete ou um rádio toca-fitas, mas afinal para onde foram esses aparelhos?
Nós temos o hábito de chamar de “Lixo”, tudo aquilo que não nos serve mais, tudo que for inútil, imprestável, velho, sem valor, algo que perde utilidade, mas e se for um aparelho eletrônico?
Chamamos então de “Lixo Eletrônico”, que por definição, é o nome dado aos resíduos resultantes da rápida obsolescência de equipamentos eletrônicos (incluindo televisores, celulares, computadores, geladeiras e outros dispositivos).
Estes resíduos descartados geram um risco enorme para o meio ambiente, pois possuem em sua composição materiais altamente tóxicos, tais como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, que em contato com o solo, contaminam o lençol freático e se queimados poluem o ar, além de causar doenças graves ao catadores que sobrevivem da venda deste material.
Quando descartamos um aparelho desses, estamos gerando lixo eletrônico, que se não receberam a destinação correta irão gerar as implicações acima descritas, como referência, a Figura 1 mostra a porcentagem que cada equipamento representa na composição de lixo eletroeletrônico.

Fonte: Global Resource Information Database e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Acesso em: 18/01/2021
No Brasil, o tempo médio de uso de um celular é inferior a dois anos e o de um computador é de quatro anos em empresas e de cinco anos em residências, além disso, nosso país é líder na América Latina na produção de lixo eletrônico.
O relatório sobre lixo eletrônico de 2020, da ONU, desta que a China é o maior produtor de lixo eletrônico, com o descarte de 10,1 milhões de toneladas. Depois estão os Estados Unidos com 6,9 milhões de toneladas e a Índia com 3,2 milhões. O Brasil lidera com 2141 toneladas ao lado do Chile.
O mesmo relatório, chama a atenção para a ameaça do aquecimento global e observa que 98 milhões de toneladas de dióxido de carbono foram liberadas na atmosfera como resultado da reciclagem inadequada de geladeiras e aparelhos de ar condicionado em processo “não documentado”.
O mundo gerou 53,6 mega toneladas de lixo eletrônico, uma média de 7,3 kg por pessoa. O total do lixo eletrônico gerado aumentou 9,2 mega toneladas desde 2014 e deve crescer para 74,7 mega toneladas em 2030. Esse crescimento corresponde a quase o dobro em 16 anos. A tendência de aumento da quantidade de lixo eletrônico deve-se principalmente às altas taxas de consumo de equipamentos elétricos e eletrônicos, ciclos de vida curtos e poucas opções de reparo.
Um exemplo foi de uma das maiores fábricas de baterias industriais e de automóveis do país, que tinha o chumbo como um dos seus principais componentes, gerou uma poluição séria no solo na sede da empresa, além disso, os metais pesados envolvidos com o tempo, podem causar doenças cardiovasculares, hepáticas e do sistema nervoso.

Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/2018/09/ – Acesso em 18/01/2021
Os cartuchos de toners de impressora também contêm um pó, que, ao entrar em contato com o fogo, libera gás metano. Além de agredir o meio ambiente, o componente também pode causar problemas respiratórios. O descarte incorreto da tinta proveniente desses cartuchos pode contaminar o solo e lençol freático, o que deixa o terreno inapropriado para uso e a água para consumo.
Como uma solução a esse problema, o Governo Brasileiro, criou em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10). Segundo a lei, os fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza devem tomar medidas para minimizar o volume de resíduos gerados e instituir uma cadeia de recolhimento e destinação ambientalmente adequada pós-consumo.
Algumas empresas como Apple, Samsung, Acer, Positivo, HP, LG, Sony, Huawei, Asus, entre outras apresentam canais específicos para recolhimento de lixo eletrônico, além de metas próprias de reciclagem, diminuindo o impacto ambiental gerado pelos seus produtos consumidos.
“Mas e a reciclagem desse material, como acontece?”
O processo de reciclagem do lixo eletrônico começa com a coleta correta do material, em seguida os aparelhos são desmontados por um processo chamado manufatura reversa, que é o movimento inverso ao de uma linha de montagem. Cada material é classificado (plásticos, metais, placas de circuito, vidros, metais pesados, elementos químicos, etc.).
O que pode ser reciclado, será, sendo esta realizada nos centros que realizam a separação, se possuírem estrutura para isso, ou em empresas especializadas em cada tipo de material.
O material a ser reciclado é reduzido por trituração ou compactação para minimizar os custos com transporte.
Por fim, podemos elencar 4 dicas para diminuir a geração de lixo eletrônico:
1. Faça compras inteligentes! – compre o que precisa e se precisa, evite compras por impulso, fuja daquela famosa “Promoção Imperdível”, pense sempre, “Você realmente precisa disso?”.
2. Cuide bem dos seus equipamentos eletrônicos – preserve e faça uso correto dos seus equipamentos, tome os devidos cuidados, realize as manutenções necessárias.
3. Doe os eletrônicos em bom estado – se você realmente decidiu trocar o equipamento, doe o que você já possui, com certeza há quem precise dele.
4. Faça o descarte correto do seu lixo – procure a fabricante ou representante nacional do seu equipamento, veja se a prefeitura da sua cidade não possui um programa de coleta seletiva de eletrônicos, não descarte no lixo comum!
Seja consciente, o planeta agradece!
Agora responda:
1º) O que você costuma fazer com pilhas, baterias e aparelhos eletrônicos antigos que não usam mais?
2º) Sua escola, seu bairro ou sua cidade, possui um programa de recolhimento de lixo eletrônico, ou um local específico para destinação deste?