A matemática, em sua essência, é uma forma lógica de pensamento. Pensando por esse lado, entendemos a estreita relação entre matemática e o pensamento computacional.

A partir da ideia dessa relação, temos a criação de programas embasados em algoritmos para a automação de problemas matemáticos. 

Quando automatizamos uma fórmula matemática dentro de um programa, conseguimos, além de ganhar tempo, ter a certeza de que aquilo está certo, pois a resolução que o computador dá, se estiver bem programada, nunca estará errada.

O Portugol é uma pseudolinguagem de programação, desprendida das regras formais de linguagens propriamente ditas. Sua construção advém do português (nossa língua materna), sendo mais prático e intuitivo para que pessoas sem o conhecimento prévio de qualquer linguagem, consigam aprender sobre programação.

Para construir um algoritmo em Portugol, devemos conhecer o software em que ele está alocado, o VisuAlg:

De todas as ferramentas disponíveis no programa, os quatro itens abaixo são os mais importantes. Da esquerda para a direita temos os seguintes botões: 

• Novo: cria uma nova página.
• Abrir: abre o gerenciador de tarefas para localizar um algoritmo construído anteriormente.
• Salvar: salva o algoritmo criado.
• Executar: faz com que o computador execute o algoritmo gerado.

Esta é uma das principais seções quando estamos construindo um algoritmo. A seção chamada de “Var”, é o quadro de variáveis, onde cada variável utilizada dentro do algoritmo é alocada. No print abaixo temos apenas variáveis do tipo “inteiro”, mas existem diversas outras, entre elas:

• Inteiro: variáveis do tipo inteiro, ou seja, números sem casas decimais;
• Real: variáveis do tipo real, ou seja, números que possam, ou não, conter casas decimais;
• Caractere: comporta variáveis do tipo string, ou seja, caracteres (textos e letras);
• Lógico: define variáveis do tipo booleano, consistem em VERDADEIRO, ou FALSO.

Esta tela é onde toda a criação de algoritmo acontece. Existem comandos básicos para que qualquer algoritmo seja construído, os principais são:

• Comandos de saída de dados:

Escreva: escreve na tela do dispositivo tudo que está dentro da seguinte sentença (). 

Exemplo de utilização: Escreva (“Olá mundo!”)

Escreval: idêntico ao comando anterior, com a única diferença de pular uma linha.

• Comando de entrada de dados:

Leia: recebe qualquer valor digitado pelo usuário, atribuindo as variáveis que estão listadas no quadro de variáveis, cada uma com sua característica. 

Exemplo de utilização: leia (a). 

• Comando de atribuição: 

<- :  Este comando (menor que - <, seguido por um menos) é responsável pela atribuição de valores em uma variável, dependendo de que tipo de variável ela representa. Com o mesmo comando é possível que uma variável assuma o valor de outra.

Exemplo de utilização: VariavelTeste <- 150 + 30. 

• Comandos de desvio condicional:

Se: esse é um comando especial, pois ele precisa ser iniciado para funcionar, diferente dos comandos apresentados anteriormente. O “se” é utilizado da seguinte forma:

Se entao

Códigos do algoritmo…

Fimse

Senao: este comando é utilizado em conjunto com a condicional “se”. Se “tal coisa” acontecer, então. Senão, “tal coisa” acontece. 

O “senao” é utilizado da seguinte forma: 

Se entao

Códigos do algoritmo…

Senao entao

Códigos do algoritmo…

Fimse

• Comandos de repetição: 

Para … Faca: esta estrutura serve para repetir parte do algoritmo em um determinado número de vezes.

Exemplo de utilização: 

para de ate [passo ] faca 

códigos do algoritmo 

fimpara

Tela demonstrando um algoritmo sendo executado, com o console apresentando o resultado.

Console de dados: mostra o programa feito pelo algoritmo sendo executado, passo a passo. Dentro desse console, é onde o usuário entra com dados pedidos pelo algoritmo.

Descobrir se um número é múltiplo de um número inteiro, é extremamente necessário para a compreensão de expressões e cálculos matemáticos complexos. 

Para saber se um número inteiro (m) é múltiplo de outro inteiro (n), é necessário que a divisão entre eles dê outro número inteiro (x), portanto, temos a seguinte fórmula que pode ser utilizada:

M = N.X

Para ter a certeza de que isso foi compreendido, calcule se os números a seguir são múltiplos entre si:

1. 25 e 5:
2. 30 e 8:
3. 16 e 4:
4. 19 e 2:
5. 24 e 3:

Utilize como exemplo a seguinte expressão: 

35 é múltiplo de 7?

35 = 7.X 

X = 35/7 

X = 5 

Portanto, 35 é múltiplo de 7.

35 é múltiplo de 8?

35 = 8.X

X = 35/8 

X = 4,37

Portanto, 35 não é múltiplo de 8.

Agora que você aprendeu a descobrir se um número é múltiplo de outro, já pode começar a automatizar essa ação criando um programa base.

Crie um algoritmo por meio do VisuAlg, que faça o cálculo da divisão entre dois números. Esses dois números devem ser inteiros, além de serem informações fornecidas pelo usuário.

Encontrou alguma dificuldade na construção desse programa? Como podemos descobrir, a partir dessa base, se um número é múltiplo de outro? Existe algum operador aritmético que permita essa função?

Discuta com seu professor (ou professora) e colegas a possibilidade de criar um programa que dê apenas a solução da fórmula, sem passar necessariamente por uma divisão, utilizando operadores aritméticos e condicionais.

1. Utilizando o software de criação de programas VisuAlg, crie um algoritmo que seja capaz de automatizar a fórmula de verificação de números múltiplos (use o operador aritmético “mod” para isso).
2. Após a criação desse programa, implemente a condição de que o número seja par, ou ímpar (utilize os operadores condicionais “se” e “senao” para isso).

Todo trabalho desenvolvido, seja individual ou em equipe, deve ser compartilhado em um espaço adequado. Faça uma mostra em sala de aula e, posteriormente, com toda a comunidade escolar (docentes, discentes, colaboradores, pais ou responsáveis) para que o trabalho não se torne apenas mais um. Busque formas de divulgação em sua unidade de ensino, seja por meio de mídias sociais ou mostrando aos colegas de outras turmas.